quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Intensão de consumo cai pela 7ª vez seguida

A tendência de queda na intenção de consumo das famílias, verificada desde o segundo semestre de 2014, continua e atingiu, novamente, o menor nível da série histórica iniciada em janeiro de 2010, sendo a quarta consecutiva abaixo de 100 pontos e a sétima queda seguida. Neste mês de agosto, o índice registrou quedas de 5,9%, na comparação com o mês passado, e de 32,3%, em relação a agosto de 2014. Neste mês, novamente, todos os sete indicadores analisados apresentaram queda, sendo que a maior contribuição negativa foi registrada pelo quesito Momento para Duráveis, que registrou queda de 49,5% nas intensões de compra dos consumidores, na comparação anual.
As informações, divulgadas, ontem, são da pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) – indicador da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A entidade atribui o resultado de agosto à queda da economia brasileira, que acumula queda de 1,7% nos 12 meses encerrados em maio – maior variação negativa desse indicador desde o final de 2009. “Além disso, o IPCA vem registrando aceleração anual desde fevereiro deste ano, alcançando, no último mês de julho, seu patamar mais elevado (9,56%) desde novembro de 2003 (11%)”, destacou a CNC, em nota. 
Comportamento
Na ordem dos componentes de maior impacto negativo, o indicador Perspectivas de Consumo teve, pela segunda vez seguida, o pior resultado mensal, com queda de 11,4% (67,3 pontos). Na comparação anual o índice apresentou recuo de 46,7% e a propensão a consumir nos próximos meses é menor na opinião de 55,7% dos entrevistados. O corte por faixas de renda revelou que, ante o índice registrado em agosto de 2014, a maior queda nesse subíndice deu-se entre as famílias com rendimento acima de dez salários mínimos (-12,4%).
Acompanhando o resultado registrado no mês passado, o Momento para Duráveis - uma das sete variáveis que compõem o ICF – apresentou a terceira maior variação negativa no mês (9,2%), e a mais intensa em 12 meses (-49,5%). Com 54,3 pontos, esse é, novamente, o menor nível anual registrado de toda a série histórica. Regionalmente, o Nordeste desponta com queda de 13,1%, a maior na comparação mensal. Já na sobre igual mês de 2014, o índice é de 40%, atrás das regiões Norte (56,5%), Sul (46,9%) e Sudeste (43%).
O levantamento destaca que o encarecimento do crédito ao consumidor justifica a inércia no volume de vendas. “Segundo dados do Banco Central, a taxa média de juros cobrada nas operações com recursos livres destinadas às pessoas físicas se encontra em 58,6% ao ano contra os 49,4% registrados um ano atrás”, destacou a CNC. A maior parte das famílias – 69,2% ante 66% em julho – considera o momento atual desfavorável para aquisição de duráveis.
Outro componente que merece atenção é Compra a Prazo – que ratifica a queda nas intenções de consumo. Esse indicador registrou recuo mensal de 4,8%, e, na comparação anual, retração de 35,8%, com 80,9 pontos – o menor nível da série e abaixo do nível de indiferença. 
Consumo e confiança
Já o Nível de Consumo Atual, apresentou quedas de 7,4% em relação ao mês anterior e 38,2% comparativamente a igual período do ano passado. O índice está em 62,3 pontos – seguindo abaixo do nível de indiferença. Na análise mensal, o Nível de Confiança das Famílias, com renda abaixo de dez salários mínimos, mostrou queda de 4,4% na comparação mensal.
Somam-se a esse cenário os reflexos negativos oriundos do mercado de trabalho sobre os níveis de confiança dos consumidores. Para 32,1% dos entrevistados o nível atual de renda é considerado insatisfatório – nível recorde na série histórica da pesquisa, enquanto que, em agosto de 2014, 15% registravam insatisfação, de acordo com esse subíndice. A queda da conjuntura dos indicadores tem reflexo do componente Emprego Atual, com quedas de 3,1%, sobre julho último, e de 16,6% na comparação com igual mês de 2014.
A CNC acredita que a combinação entre a queda no ritmo de atividade econômica e o atual nível de inflação contribui para reduzir as chances de reversão desse quadro em médio prazo. Diante da deterioração das condições de consumo, a Confederação reduziu a expectativa quanto à variação do volume de vendas para o varejo restrito em 2015, de queda de 1,9% para recuo de 2,4%. Apropriando-se o desempenho esperado pelos segmentos de materiais de construção e comércio automotivo, a previsão da entidade, para o fechamento do ano corrente, aponta para uma queda de 6,5%.
O Estado

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