segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Cofres vazios

Depois das alegrias e decepções das urnas, que levou vitoriosos às comemorações e derrotados a reclusão por alguns momentos, chegou a hora de botar os pés na realidade.
É pesaroso o que a situação financeira do Brasil imporá aos municípios. Os cortes de recursos são enormes por conta da vertiginosa queda de arrecadação do país, embora sejamos campões em pagamento de impostos.
A CNM – Confederação Nacional dos Municípios já sente o clima pesado. No Brasil, nada menos que 2.442 municípios, ou 77,4% das cidades brasileiras já informaram ao Tesouro Nacional que estão com as contas no vermelho.
Os prefeitos atuais ainda terão outra bomba para estourar nas mãos. Esperavam repasse do FPM – Fundo de Participação dos Municípios da ordem R$ 99 bilhões e já sabem que esse valor que será rateado deve chegar ao final do ano bem mais magro, com previsão de R$ 84 bilhões.
Os atuais prefeitos podem incorrer em alguns problemas de ordem financeira que os forçarão a descumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal, o que poderá gerar casos de inelegibilidade. E os futuros gestores já devem entrar nos gabinetes pedindo ajuda financeira dos governos federal e estaduais para administrar as cidades.
O dinheiro encurtou. Isso todos já sabem. Muitos discursos de palanques serão destruídos pela realidade dos cofres das prefeituras que estão vazios.
Essa situação de cofres municipais vazios, levará a maioria dos prefeitos eleitos ou reeleitos, a partir de janeiro de 2017, a repensar suas gestões.
Serão dias de tomadas de decisões duras, como o enxugamento da folha de servidores, contratação de menos assessorias, achatamento das estruturas administrativas com fusão ou extinção de secretarias e cargos, diminuição da frota de veículos, cortes nas despesas de combustíveis e ainda terão que buscar alternativas para os débitos históricos e quase impagáveis com a Previdência Social e com fornecedores, entre outras medidas impopulares que terão que adotar.
Tomadas essas decisões para tornar as cidades administráveis virá uma séria de outros problemas na esfera política, como o aliado que pretendia um cargo de confiança e não será chamado, a secretaria pretendida pelo partido que não será possível. A situação não é fácil. É desafiadora e provará a eficiência das gestões em atender as expectativas da população por dias mais progressistas, que poderão vir, mas não serão à toque de mágica, mas por muito esforço, competência e compreensão.
Marcos Filho

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