O Brasil inteiro tomou um susto. A nação foi pega de surpresa
pela onda de manifestações que começou em São Paulo com o objetivo de fazer
recuar os preços das passagens nos transportes públicos.
Como todos já disseram, repito: o que aconteceu em São Paulo
foi apenas o início de um movimento que se agigantou e cobriu as praças das principais
cidades brasileiras. Logo se percebeu que a redução de R$ 0,20 não seria muito
diante das cobranças por mais saúde, educação e contra a corrupção.
O mundo político ficou em espanto com tanta cobrança, porque
se a nação dormia, os políticos balançavam o berço. O menino Brasil acordou aos
prantos ao notar que lhe faltava o essencial. Isso fez eclodir de forma uníssona
milhões de vozes que estavam caladas, sob o engodo do “tudo está perfeito”.
Os especialistas em política, dizem agora que as vozes da
rua, em eventos que não têm bandeira partidária ou sindical ou mesmo uma
liderança específica, se apresentam como uma força nova, capaz de mostrar e
cobrar decisões. Ainda, segundo especialistas, as vozes se fizeram ouvir porque
não estão sendo devidamente representadas. Os políticos não cumprem com as suas
obrigações. Não cuidam do país. E o pior para os governantes é que, embora
cedendo e prometendo agilizar o atendimento das várias pautas do movimento, as
manifestações não param: é uma festa em cada canto do Brasil com uma ideologia
nova, que bota pra fazer na marra.
O interessante é que, alguns partidos políticos e entidades
sindicais tentaram fazer parte do movimento, mas foram sumariamente rejeitados.
É como se o movimento dissesse: olha, não dá, vocês não nos representam.
Filtrados os exageros cometidos por vândalos e pela polícia,
o saldo é positivo. O nosso povo, como dizia ontem o meu amigo Honório Barbosa,
tido como muito pacato e bonzinho, que aceita tudo; mostrou que não é bem assim,
que precisa ser tratado com respeito, com dignidade e que os governos corram
para atender a essa demanda.
Para o amigo Evanildo, esse advento das manifestações tirou o
brilho da Copa das Confederações. Concordo com ele. Tirou mesmo. Nossas
necessidades são maiores do que qualquer campeonato.
E uma coisa preocupa muito mais a classe governante: A
consistência das mobilizações e sua extensa duração. Para resolver o problema,
só mesmo direcionando os esforços políticos para sanar problemas cruciais do país,
principalmente em educação, saúde e transparência pública. Para concluir, o
rosto dessas manifestações é a cara da Brasil que não aceita mais enganação e
opressão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário