terça-feira, 18 de junho de 2013

RPM - Por Pablo Rolim

Noite do dia 17 de Junho de 2013. As sombras dos jovens projetadas sobre as abóbodas do Congresso Nacional fizeram Brasília tremer e o país refletir. As manifestações populares nas principais cidades brasileiras foram o princípio daquilo que vejo como um Grito Nacional.

A expressão mais histriônica do sentimento de insatisfação que hibernou durante muito tempo em nossa nação. Os jovens de uma geração considerada inerte começaram a se movimentar, a exigir, a reclamar.

Assistimos a tudo e vimos de tudo nesses últimos anos sentados relaxadamente em nossos sofás, assistindo TV, navegando na Internet, investigando as timelines dos nossos amigos nas redes sociais, nesse nosso voyeurismo maçante.

Grito dos excluídos, manifesto punk, válvula de escape de jovens vândalos, viés eleitoreiro, não importa como os céticos queiram taxar, esse GRITO que ouvimos sai de cada um de nós, brasileiros, até mesmo os caladinhos.

A violência urbana, a impunidade, a insatisfação popular com os serviços de saúde e educação públicas, a corrupção reinante, a ineficiência na gestão pública e a banalização daquilo que fere a ética, mata a fé e aniquila a esperança são as razões de existir desse momento em que paramos pra pensar e dizemos: Peraí, isso não pode continuar assim!

Os partidos políticos foram alijados dessas manifestações, não porque não possam fazer parte das mesmas, mas porque chegaram tarde, “pegaram o bonde andando”... Assim não vale! O clamor é apartidário, é geral, é moral e não vale se aproveitar.

Um movimento nacional que reclama por um Brasil diferente e vai às ruas pedir ORDEM E PROGRESSO pode até não derrubar um governo, um congresso, ou revolucionar um país. E nem deve! Acho que isso não seria a solução. As passeatas podem até acabarem daqui uns dias e a imprensa deixar de divulgar esse “movimento dos 20 centavos”. Mas isso tudo já valeu, e tá valendo!
O bom de ver é uma JUVENTUDE que acordou de um sono profundo, que usa as redes sociais para se indignar e agora estão ocupando as ruas, as avenidas. E se alguém disser pra você: “Pare de reclamar e saia da frente do computador, vá estudar, trabalhar e tentar mudar o Brasil!” Aproveita e faz o que ele tá mandando! Conselho bom é pra ser ouvido e posto em prática.

Na realidade, o que a gente quer mesmo é um BRASIL mais honesto, com políticos menos assistencialistas, eficientes e com espírito público. O que a gente quer é um BRASIL onde a sociedade participe politicamente, votando bem e fiscalizando, principalmente. 2014 não será ano de Copa, será ano de Eleições!


No fim das contas, o que a gente quer mesmo é um BRASIL padrão FIFA, sempre. Vamos fazer nossa parte, já!

Pablo Rolim é engenheiro e vice-prefeito de Várzea Alegre

Um comentário:

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