terça-feira, 31 de março de 2015

5 frases polêmicas de Joaquim Levy, o sincericida

Sincericídio é a palavra inventada pelos brasileiros para definir os momentos em que ser sincero e dizer, honestamente, o que se pensa é um ato suicida, pela implosão que pode trazer à carreira ou à imagem de quem o cometa. Em menos de três meses à frente do ministério da Fazenda, Joaquim Levy já mostrou que é um legítimo kamikaze da economia, com momentos de transparência que embaraçaram a presidente Dilma Rousseff e lhe renderam puxões de orelha públicos.

A polêmica mais recente foi a declaração de Levy de que Dilma tem boa vontade, mas nem sempre toma o caminho mais “eficiente” para conduzir a economia. A declaração, dada em inglês durante um encontro de alunos e ex-alunos da Universidade de Chicago, causou faíscas no PT, o partido ao qual Dilma é filiada, e na oposição. Em comum, os parlamentares dos dois lados afirmaram que a frase apenas dificulta a negociação do ajuste fiscal no Congresso. Em nota, Levy afirmou que foi “mal interpretado”.

Confira, a seguir, cinco momentos em que Levy cometeu o pecado da sinceridade.

Afago em FHC
“O reequilíbrio fiscal de 2015 e o cumprimento das metas de 2016 e 2017, como previsto na LDO recém-aprovada, serão o fundamento de um novo ciclo de crescimento, assim como o ajuste nos gastos que antecedeu o Plano Real, pouco comentado, mas não menos importante para o sucesso da estabilização monetária que perdura até hoje.”
Referência à política econômica do tucano Fernando Henrique Cardoso, ex-ministro da Fazenda de Itamar Franco e ex-presidente da República, durante o discurso de posse, em janeiro, para irritação de parte dos petistas.

Chega de compadres
“O patrimonialismo, como se sabe, é a pior privatização da coisa pública. Ele se desenvolve em um ambiente onde a burocracia se organiza mais por mecanismos de lealdade do que especialização ou capacidade técnica.”
Em seu discurso de posse, sobre as práticas de favorecimento e clientelismo da máquina pública, tão criticados pelo PT e tão pouco combatidos durante os 12 anos no Palácio do Planalto.

Brincadeira grosseira
“Você aplicou um negócio que era muito grosseiro. (...) O problema é que essa brincadeira nos custa R$ 25 bilhões por ano.”
Em fevereiro, ao anunciar mudanças na desoneração da folha de pagamento.

Caduco
“O seguro-desemprego é completamente ultrapassado”.
Sobre a necessidade de mudanças nas políticas de benefícios trabalhistas, em entrevista ao jornal britânico Financial Times, em 22 de janeiro de 2015 (no original em inglês: "completly out of date")
Boa vontade não basta
‘Acho que há um desejo genuíno da presidente em acertar as coisas, às vezes, não da maneira mais fácil... não da maneira mais efetiva, mas há um desejo genuíno”

Em 28 de março, sobre as intenções da presidente Dilma Rousseff, em encontro com alunos e ex-alunos da Universidade de Chicago, onde Levy estudou (no original em inglês: "I think that there is a genuine desire by the president to get things right, sometimes not the easiest way, but... not the most effective way, but there is this genuine desire.”)

Fonte: Isto é.

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