terça-feira, 24 de março de 2015

Onde estão os achacadores?


Não é prudente dizer a verdade no Brasil. Cid Gomes, ex-governador do estado do Ceará e agora ex-ministro da Educação do governo do PT/PMDB foi punido por dizer a verdade, ao citar que existem de 300 a 400 “achacadores” entre os nossos 513 deputados federais. Pegando mesmo o maior número de achacadores declarados por Cid Gomes, foram poupados 113 parlamentares da Câmara Federal.
Cid fez uma declaração comum das ruas brasileiras. A grande maioria do povo tem como verdadeira a expressão que adjetiva os políticos do país, envolta em outras formas de expressão, não menos pejorativas: Enganadores, ladrões, surrupiadores e aproveitadores...

Cid não foi vítima de suas palavras, mas de uma circunstância política. Ao tentar fortalecer uma pequena gleba de partidos para fazer frente ao principal partido aliado do governo, que age como oposição, o PMDB, passou a ser cassado até cair ontem.

Para sua queda, contribuiu uma força de outra potência do PMDB, seu ex-aliado e agora adversário mais ferrenho, Eunício Oliveira, cujo nome fora rejeitado pelos Ferreira Gomes, sabe-se lá por que, para a disputa do governo estadual. Até os discursos dos acusadores de Cid parecem ter saídos da campanha de Eunício Oliveira.

O desejo de Cid, que acredita no governo Dilma, para ele credenciado, como o governo que cassa os corruptos e quer limpar o país, era muito simples; resgatar o governo da presidente das artimanhas e sede de poder do aliado PMDB.

Dilma, uma senhora “coitada”, vive sem prumo e sem rumo liderando um governo falido, dependente da banda podre do próprio partido ao qual pertence, o PT, e do grande amigo-inimigo, o PMDB.

Cid Gomes é santo? Claro que não. É político e para ser político nesse Brasil tem que ser tudo, menos santo. Mas, ontem ele representou a voz da grande maioria dos brasileiros. Cid Gomes não recuou. De pé assistiu sua queda engendrada por uma horda de políticos, como bem declarou, oportunistas, vingativos e que fazem muito mal à nação brasileira.

Talvez seja essa a hora do próprio congresso revisitar suas gavetas e vê se existe alguma honra para servir ao povo brasileiro, pois o que temos são, raras as exceções, nomes de congressistas encurralados em maracutaias, como é caso do senador Renan Calheiros e do suspeitíssimo Eduardo Cunha.

Se o povo brasileiro não aprova o governo da presidente, que hoje conta apenas com 13% de aceitação, o congresso e seus achacadores, são respeitados por muito menos; apenas 9% da nação brasileira.

Eduardo Cunha procurou confusão e achou. Derrubou o ministro mais foi acusado por Cid Gomes de representar os achacadores do congresso.
E a palavra achacadores, que também significa, ladrão, vigarista e adjetivo de quem pratica extorsão, sai das sombras dos dicionários para ganhar as passarelas da língua. Diferentemente do governo e do congresso, com suprema aceitação popular.

Mas, os achadores, que também podem ser os mercenários descritos por Maquiavel, não existem apenas no congresso, eles estão nos corredores das câmaras municipais e das prefeituras do Brasil, da maior à menor cidade, pousando de santo e extorquindo governos e o povo.

E para terminar, vamos citar Maquiavel: “O primeiro método para estimar a inteligência de um governante é olhar para os homens que tem à sua volta”.

Marco Filho

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