quinta-feira, 16 de maio de 2013

Desencanto político


Definitivamente há certo desencanto com a política entre os seus próprios agentes.

As fortunas investidas nas campanhas para resultados financeiros que não compensam. O sistema viciado que não muda, apenas engendra novas formas de desviar recursos. O servir a muitos que não se importam com o serviço, mas com o dinheiro do político, pois vendem o voto, querem a conta de água e energia pagas. A vaidade do mandato pago. O desrespeito às autoridades e das autoridades entre si. O eleitor que a cada nova eleição mercantiliza sua opinião, não importando o projeto do candidato. São essas e muitas outras situações que têm desanimado o cidadão de bem a enveredar pelo caminho da política.

Senti essa frustração ao acompanhar a sessão da Câmara de Vereadores desta quarta-feira, aqui na cidade. O vereador Luiz do Conselho traduziu esse sentimento em seu discurso e foi seguido pelos demais parlamentares. Alguns o apartearam para reforçar o sentimento. Até os que não falam nunca consentiram com o parlamentar. E ele tomou como exemplo a troca de favores do Governo Federal com a oposição na luta pela aprovação da MP dos portos. 

Na negociação o governo usa a máquina e a oposição a força do impedimento. No fim, todos querem vantagens. Outro exemplo é o de políticos descompromissados com a causa pública. Caso emblemático citado pelo parlamentar o de uma Câmara de Vereadores de uma cidade pernambucana, onde o vereador sugeriu a compra de um bafômetro para medir o grau de alcoolemia dos vereadores na sessão, pois muitos compareciam ao local de trabalho comprovadamente bêbados. Outra citação forte do edil foi quanto ao questionamento que o eleitor faz quando uma pessoa é citada como candidato: - Tem dinheiro? Se tiver, ganha.

A verdade é que se não houver urgentemente uma mudança de comportamento da sociedade, especialmente do eleitor, não irá muito tempo e os homens de bem não ousarão pisar o cenário político. Aí caberá aos canalhas e corruptos o destino de muitos.

Mas, dizem que a gente só dar valor àquilo que perde. Será que teremos que esperar o caos para o eleitor mudar de comportamento? Será que teremos que assistir aumentar as filas da saúde? A subeducação dos nossos jovens? O destratamento para com as nossas crianças e idosos? Que lideranças teremos no futuro?

Estamos vivendo uma dicotomia. Para mudar é preciso mudar. Na ponta desse processo, quem decide é o eleitor. Só ele tem poder de voto.

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