Origem da palavra
Para compreender o poder do empreendedorismo, que campeia as
mentes de pessoas com capacidade de enxergar oportunidades em ideias
consideradas incipientes é necessário um breve passeio pelo passado.
Pelos apanhados
históricos, a palavra “empreendedor” nasceu na França, entre os séculos XVII e
XVIII, para definir pessoas ousadas e que incentivavam o desenvolvimento
econômico¹.
O significado da palavra foi lapidado ao longo dos séculos,
e atualmente, empreendedor, ainda à sombra de suas origens, é a palavra usada
para definir pessoas que conseguem ser altamente criativas, que fazem algo novo
e impactante, que enxergam oportunidades em algo ou em situações de pouca
expressividade.
Empreendedorismo no
Brasil
No Brasil, o empreendedorismo passou a ganhar evidência a
partir dos anos 1990, e logo no início do século XXI, já foi apontado por uma publicação
americana como o país mais empreendedor do mundo.
Empreendedorismo
associativista
Pessoas empreendedoras geram empresas empreendedoras, criam
negócios de sucesso que movimentam a economia e a sociedade.
Não raro, mesmo sob a égide do empreendedorismo, pessoas com
essa visão inovadora e empresas igualmente bem sucedidas sofrem dificuldades.
O desafio é empreender para sair do isolamento. É aí que
nasce o empreendedorismo associativista.
Essa ideia de unir forças empreendedoras para defender
ideias e negócios inovadores tem gerado resultados de sucesso para empresas ou
associações comunitárias.
Desde que existam propósitos bem definidos e objetivos e
metas a serem conquistados, um corpo social vale mais do que apenas uma pessoa,
agindo de forma individualista, solitária, perdendo energia empreendedora.
Empreendedorismo em
Várzea Alegre
O município de Várzea Alegre é uma das localidades do Sul do
Ceará, visto por observação, como uma das comunidades mais empreendedoras do
estado.
Os pequenos negócios se espelham geograficamente e estão em
praticamente todos os lugares. São exemplos as serralharias, os viajantes, os
fabricantes de doces, de sequilho, organizadores de eventos, o palhaço Palito –
que com sua moto enfeitada corre as ruas vendendo suas guloseimas, os
vendedores de espetinhos nas praças públicas - alguns oferecem comida mais
saborosa do que a servida em certos restaurantes, famílias inteiras se reúnem
na arte do crochê, a ACOMVA – Associação Comunitária de Várzea Alegre, uma das
primeiras entidades organizadas a conseguir mecanização para o campo, quando
através do Grupo de Apoio às Comunidades Carentes – GACC, conseguiu um trator.
Várzea Alegre é a comprovação que o empreendedorismo por
meio do associativismo é a chave do desenvolvimento econômico e social de suas
comunidades.
Associações
Comunitárias
No município existem várias associações comunitárias,
atuando em diferentes segmentos beneficiando milhares de famílias, promovendo
qualidade de vida.
Presença do associativismo em Várzea Alegre como ação
empreendedora³
- 01 Federação das Associações;
- 113 Associações;
- 87 Associações na Zona Rural;
- 26 Associações na Zona Urbana;
- 105 Projetos de Infraestrutura implantados;
- 32 Eletrificação;
- 29 Abastecimento d'água;
- 23 Mecanização Agrícola (Trator com implementos agrícola);
- 08 Piladeira de Arroz;
- 03 Casas Digitais;
- 03 Casas de Farinha;
- 03 Unidade de Resfriamento de Leite;
- 02 Conjunto Habitacional;
- 02 Fábrica de Redes;
- 01 ASSUVA – Associação dos Universitários de Várzea
Alegre.
(Dados de 2014 com informações da FAMUVA – Francisco
Evanildo Sousa Silva)
O trabalho dessas entidades sociais é vultoso é reflete
fortemente na economia de Várzea Alegre.
FAMUVA
A grande maioria dessas organizações sociais, estão sob os
cuidados de outra entidade, que é a FAMUVA – Federação das Associações de
Várzea Alegre. Através dessa entidade, esses empreendedores congregados recebem
informações assistências que vão desde a documentação necessária para abrir uma
organização de cunho associatvista ao apoio no decorrer de suas atividades.
Associação
Comunitária do Sítio Mocotó
Um dos exemplos mais importantes de empreendedorismo por
meio do associativismo vem da comunidade de Mocotó, localidade rural distante
12 km de Várzea Alegre. Segundo relatos, essa foi primeira comunidade varzealegrense
a investir no associativismo como solução econômica e social para os seus habitantes.
“Nos anos de
1987 e 1988,
um grupo de mulheres
composto por três
irmãs, lideradas por Maria Miguel de Oliveira (Rosinha), com a ajuda de instituições parceiras, decidiu
realizar uma série
de reuniões para
discutir e buscar alternativas no âmbito da geração de
ocupação e renda para os moradores do sítio Mocotó. Dentre as ações levantadas,
na ocasião, como alternativa a que obteve maior adesão foi a instalação de uma
fábrica comunitária de redes de dormir, do tipo sol-a-sol, em função das
atividades ali exercidas por muitas mulheres no tocante ao bordado e ao crochê,
aplicados no processo de empunhamento, embainhamento, varandas e mamucaba.
A partir desse esforço
inicial, surgiu, em 30 de maio de 1988, a Associação Comunitária de Mocotó,
tendo como liderança a Rosinha.
Posteriormente, derivou-se para um empreendimento coletivo de uma mini-
fábrica comunitária de redes sol-a-sol, com o objetivo de gerar ocupação e
renda, mantendo o foco na vocação local, caracterizada pela produção de redes
bordadas” ².
Rosinha Miguel e Ceilda, da Associação do Mocotó, foram
nossas convidadas para falarem desse tema: Empreendedorismo que move o
associativismo.
“Empreendedores são aqueles que
entendem que há uma pequena diferença entre obstáculos e oportunidades e são
capazes de transformar ambos em vantagem”. Maquiavel (1469-1527) foi um
escritor, político, diplomata, historiador e pensador italiano. Autor da
obra-prima "O Príncipe". É considerado o pai da Ciência Política.
Nossa equipe:
Thiago
Netinho
Michele
Meyrinha
Lucinha
Samir
Marcos Filho
Referências de
Pesquisa
¹Alceu Enricone,
empresário e presidente da ACCIAS, gestão 2009/2013, em Texto publicado na
revista Sem Limites 2011, edição de Outubro/Novembro de 2011, de Concórdia/SC,
disse:
²Site http://www.iniredes.com.br/ da Associação do Mocotó
³Famuva – Federação
das Associações Comunitárias
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