terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Construindo a reeleição


A presidente Dilma Rousseff segue os caminhos do seu padrinho Lula. 

Nosso ex-presidente encontrou nas classes mais carentes do país a eternização do seu nome. Depois de Getúlio Vargas, Lula é o novo “pai dos pobres" do país. Dilma entendeu como o negócio funciona e se encaixa no perfil com a proposta de erradicação da miséria absoluta do país. 

Na condição de “mãe dos pobres”, a presidente Dilma sedimenta o seu caminho rumo à reeleição. Enquanto isso, a oposição, com imagem de elitista, não apresenta propostas consistentes ao país. Isto fica mais claro no artigo com o título: "DA ASCENSÃO DE CLASSES AO FIM DA MISÉRIA", escrito pelo diretor editorial da revista Época, Carlos José Marques.

Completando uma década no comando do País – na soma dos dois mandatos de Lula e metade do primeiro de Dilma –, o Partido dos Trabalhadores tenta aprofundar sua imagem de uma legenda que governa para os mais necessitados. Lula ostentou a bandeira da melhoria de renda e ascensão das classes C e D, arrebatando a marca de 40 milhões de novos consumidores. 

Dilma busca agora dar um passo adiante: planeja a erradicação da miséria no País. Era promessa de campanha e, desde a semana passada, converteu-se em palpável realidade prestes a se confirmar. A ambiciosa conquista está calçada no novo programa de resgate de 22 milhões de brasileiros da condição de pobreza extrema. São pessoas que, pelos critérios oficiais, ganham abaixo de R$ 70 por mês. Aqueles identificados nesse contingente, cadastrados no Bolsa Família, terão, a partir do mês de março, um reajuste do benefício, a título de complemento, para ultrapassarem essa linha da miséria absoluta.

Estima-se que ao menos 700 mil cidadãos ainda se encontrem à margem de qualquer benefício social, fora dos registros do Bolsa Família. Dilma promete ir à caça dessa “miséria invisível”. A salvação dos indigentes, no entanto, não resolve por completo o quadro de desigualdade social que marca historicamente o Brasil. Milhões de cidadãos continuam alijados do processo de desenvolvimento, sem acesso a instrumentos básicos para a melhoria de sua qualidade de vida – como luz, água, saúde, transporte, educação, etc. São os brasileiros excluídos, para os quais esses artigos representam um luxo fora de alcance, por absoluta negligência do Estado ao longo de séculos, entra governo, sai governo. A gestão Dilma, a julgar pelo que ela alardeia em palanque, vai reverter as estatísticas negativas também nesses campos. 

No conjunto de medidas adotadas, já mais que dobrou os investimentos previstos no cronograma do Bolsa Família. O incremento anual alcança a cifra de R$ 9,7 bilhões. Críticos falam na ineficácia do assistencialismo sem consequência. Mas a prática tem mostrado o contrário. É na camada de cidadãos paupérrimos que começa a surgir algum sopro de estímulo capaz de empurrar a nau da economia. 

E, não por menos, também é ali que a presidenta tem angariado seus recordes de popularidade e firmado a base de eleitores. 

Ao falar em erradicação da miséria, ninguém tem dúvida de que ela almeja pavimentar o caminho para a reeleição. Decerto a corrida presidencial ganhou as ruas. 

Fonte: Revista Época

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