Atualmente atravessamos no nordeste brasileiro uma tenebrosa
seca. Dizem que é a maior dos últimos cinquenta anos. Já ouvi relatos diversos
de sofrimento. É o gado que tá morrendo, o açude e o poço que secaram, o sol
que castiga inclemente...
Apesar do sol que racha o chão, vejo um homem de camisa
branca, empoeirada e rasgada, chapéu de palha sobre a cabeça, com uma enxada
nas mãos a raspar a terra seca. Ouso perguntar.
- O senhor acredita
que vai chover?
A resposta me desarma.
- Pode até demorar. Mas Aquele lá do alto não nos desampara.
Saio e medito.
Onde haverá tamanha fé? Agora, neste momento,
neste grande globo terrestre, quantos estão desesperados? Uns perdem na bolsa
de valores, outros perdem empregos, posições sociais e por isto se lastimam da
vida que têm.
Todas as palavras trocadas com esse cidadão que estava firme
no propósito de semear a terra eram de certeza no futuro, certeza de dias
melhores. Quantos agem dessa forma? Essa é uma fé pura. Firme fé sertaneja.
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