Li artigo escrito pelo renomado escritor e jornalista Geraldo
Menezes Barbosa, publicado na seção Ideias do não menos renomado jornal Diário
do Nordeste.
Com o título “Transposição”, o artigo trata de um dos mais importantes
projetos em execução pelo governo federal: A transposição do Rio São Francisco.
Agora, a lentidão da construção do sistema chega a ser
irritante e consome nosso dinheiro.
Se essa obra saísse das mãos das empreiteiras
à execução pela engenharia do Exército Brasileiro, certamente esse mega projeto
estaria em estágio avançado e livre das críticas de obra mal construída.
Várzea Alegre é espelho para ilustrar as observações do nobre
jornalista. Aqui foi construído pela engenharia do exército o Açude Deputado
Luiz Otacílio Correia (Olho D’água). É uma obra bem pequena diante da vultosa
transposição do Rio São Francisco, mas é exemplo de trabalho bem feito.
Transposição
Existe um grito, como reflexo condicionado, na mente do
nordestino de "esperar ou morrer! Vamos esperar", que remonta desde o
império, referendado pelo governo Vargas, em 1943 e revigorado pelo presidente
Lula, em 2007, diante do desejo da transposição das águas do rio São Francisco
que atenderá a 12 milhões de flagelados das secas do Nordeste. Obra ciclópica
que faz lembrar a passagem de libertação do povo hebreu, na travessia do Mar
Vermelho, ela não recebe o apoio de parte dos irmãos brasileiros que nunca
sentiram o horror da seca.
São quatro os Estados causticados. O projeto retira menos de
30% de metros cúbicos por segundo das águas do rio que correm para o mar e se
deslocarão por canais e leitos secos, servindo a 391 municípios dos sertões.
Cinco anos após, este projeto, um dos maiores do governo federal, alcançou
apenas 43%, banido por irresponsabilidade de empreiteiras, verbas federais em
atrasos na reposição dos orçamentos e a perversidade egoísta de políticos
traidores da Pátria que preferem acumular riquezas na famigerada
"indústria das secas", a ver um Nordeste farto de água.
Se o bom
senso nacional utilizasse o Exército Brasileiro, as obras da transposição já
estariam concluídas. A palavra do ministro da Integração, o pernambucano Fernando
Bezerra, promete "tomada de novo ritmo" para inauguração em 2015,
quando, por certo, uma ressurreição de esperanças torne-se realidade.
As águas
do rio são Francisco, correndo entre nós, virão salpicadas de lágrimas de
saudades lembrando os entes queridos que, de tanto esperar, morreram
conformados.
Geraldo Menezes Barbosa
jornalista e escritor
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