Ainda não é a cura total da AIDS, mas, cada passo que a
ciência dar nesse rumo deve ser comemorado. Desde 1980 a AIDS vem matando
adultos e crianças indiscriminadamente.
Os portadores de AIDS não sofrem apenas com a doença. Eles
sofrem também o castigo da indiferença social. A situação dos aidéticos lembra
bem a situação dos leprosos, que na idade média eram obrigados a viver isolados e usavam sinos para anunciar suas presenças.
Embora as campanhas que tentam desestigmatizar a doença, os aidéticos têm longo caminho a ser percorrido na luta pela cura e contra a discriminação. Por essa razão a
informação da cura funcional da AIDS merece comemoração. Leia a matéria
publicada no site UOL.
Cientistas anunciam primeiro caso de cura funcional da Aids
Uma equipe de virologistas dos Estados Unidos anunciou neste
domingo (3) o primeiro caso de cura funcional da Aids, envolvendo um menino que
nasceu com o HIV transmitido pela mãe.
Não se trata de uma erradicação do vírus, mas sua presença é
tão débil que o sistema imunitário do organismo está em condições de
controlá-lo sem qualquer tratamento anti-retroviral, explicaram os
pesquisadores.
A única cura total da Aids oficialmente reconhecida ocorreu
com o americano Timothy Brown, conhecido como o paciente de Berlim, declarado
livre do HIV após realizar um transplante de médula óssea de um doador que
apresentava uma mutação genética rara que impede o vírus de penetrar na
células.
O transplante visava salvar Brown de uma leucemia.
O menino em questão, que mantém o HIV sob controle, recebeu
anti-retrovirais menos de 30 horas após seu nascimento. Durante a gestação, a
mãe não foi tratada contra a Aids.
O tratamento precoce explica sua cura funcional, ao bloquear
a formação de reservas de vírus dificilmente tratáveis, assinalaram os
pesquisadores na 20ª Conferência Anual sobre Retrovírus e Infecções
Oportunistas (CROI), realizada neste final de semana em Atlanta, Geórgia.
Estas células contaminadas "adormecidas" relançam
a infecção na maior parte das pessoas soropostivas semanas após a suspensão do
tratamento com anti-retrovirais.
"A realização de uma terapia anti-retroviral muito cedo
nos recém-nascidos pode permitir uma longa remissão sem anti-retrovirais, ao
impedir a formação destas reservas virais ocultas", destaca a doutora
Deborah Persaud, do Centro de Crianças do Hospital Universitário Johns Hopkins
de Baltimore (Maryland), principal autora do estudo.
As análises mostraram uma redução progressiva da presença
viral no sangue dos recém-nascidos, até o vírus se fazer indetectável no 29º
dia de tratamento.
O menino foi tratado com anti-retrovirais até seus 18 meses
de idade, quando o tratamento foi suspenso. Dez meses depois, os exames não
detectaram qualquer presença do HIV no sangue.
O desaparecimento do HIV sem tratamento permanente é algo
extremamente raro, e observado apenas em 0,5% dos adultos infectados, cujo
sistema imunitário impede a reprodução do vírus e o converte em clinicamente
indetectável.
Os tratamentos anti-retrovirais em mães portadoras do HIV
durante a gestação impedem a transmissão do vírus para a criança em 98% dos
casos, destacam os especialistas.
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