segunda-feira, 4 de março de 2013

Golpe


A cada quase 15 segundos, no Brasil, ocorre uma tentativa de utilização da identidade de terceiros para obtenção de benefícios, principalmente, financeiros. Os dados são da Serasa Experian e se referem a 2012. Foram 2,14 milhões de tentativas de golpes ano passado.

Bastam uns minutos, segundos de displicência. Alguém telefona ou envia e-mail, mensagem por celular e pede confirmação de dados particulares. Dizeres convincentes, layout perfeito, empresa conhecida. Um clique de retorno e pronto! Está aplicado o golpe. O estelionatário trabalha no “atacado” e tem muitos dados para tentar lograr êxito. De dezenas, centenas de contatos realizados, é suficiente que um ou dois confirmem informações particulares.

O titular da Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF), Jaime de Paula Pessoa, analisa que “o limite da fraude é o limite da criatividade do ser humano.” Por isso, não há quem não esteja sujeito a ter a fatura do cartão de crédito desviada para obtenção de dados; um empréstimo com desconto em folha não autorizado; uma senha “chupada”; uma transferência irregular.

A Defensoria Pública do Ceará, que fornece serviços de assessoria jurídica gratuita à população, atuou em 441 casos envolvendo situações nas quais o cliente de banco se sentiu lesado. É mais de um caso por dia em média. A maioria deles, referente a empréstimos consignados - aquele com desconto direto em folha de pagamento, sob a responsabilidade do órgão público ou empresa empregadora cobrar.

Aposentadoria

Rita de Oliveira, 63, foi uma vítima do crédito consignado. Ao tentar sacar sua aposentadoria percebeu que estava incompleta. Com o extrato em mãos, viu que havia sido descontado um valor referente a um empréstimo consignado o qual ela não havia solicitado. Era no valor de R$ 10 mil, chegando a R$ 15 mil, com o acréscimo de juros.

Com alguns dados de Rita em mãos, um estelionatário falsificou grosseiramente a assinatura numa carteira de identidade falsa e apresentou um endereço que não existe: “Rua Paraíso, no Bairro José Walter”. A vítima ressalta que, um mínimo de checagem revelaria que no Bairro José Walter, as ruas não tem nomes, só números.

Passado dois anos do ocorrido, as três parcelas que chegaram a ser descontadas da conta da aposentada foram devolvidas, mas a vitima entrou com uma ação de danos morais na Justiça e aguarda o prosseguimento do caso.

O defensor público do Núcleo do Consumidor em Fortaleza, Francisco Bionor do Nascimento Júnior, comenta que abertura de conta irregular e realização de empréstimos consignados em contas já existentes são as queixas frequentes no órgão, chegando a ser resolvido, às vezes, sem necessitar de maior intervenção judicial.

“Quando há uma fraude comprovada, os bancos devolvem o dinheiro em dobro e pagam danos morais. Os valores ficam a critério dos juízes, a gente pede até R$ 5 mil, a depender do caso”, explica Bionor. Dos casos que chegam à Defensoria, a maioria é de negligência por parte do funcionário do banco, que é não criterioso ao checar a identidade dos supostos clientes. Poucos são os casos de má fé.

Enquanto esse texto foi lido, foram realizadas dezenas de tentativas de golpes no País.

746 mil foi a quantidade de tentativas de golpes usando identidade falsa pelo telefone.

Fonte: jornal O Povo

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