Nós brasileiros nos orgulhamos do regime de governo, dito
democrático. Mas, será que essa nossa democracia tem sustentabilidade? Agrega
os homens em igualdade de direitos? Será que o que rege a Constituição
Brasileira vale para todos os brasileiros? Será que os nossos governantes se
preocupam em construir a igualdade social?
O promotor de Justiça Edilson Santana, escreveu o artigo A Política e a Utopia, que foi publicado na
edição de domingo do jornal Diário do
Nordeste. É uma ideia lúcida do termo democracia. Leia.
Há quem defenda a ideia de que a sociedade democrática pode
converter-se em tirania da maioria. É possível. E isso foi intuído por Nelson
Rodrigues ao dizer que a maioria é constituída de idiotas. A democracia deu ao
idiota a certeza de sua superioridade numérica. Antes ele vivia sua vida besta;
agora, sabe que manda.
Idiota é aquele que tem a propensão para falar o que pensa
ainda que não saiba nada. Na democracia, é comum a tagarelice que considera
todos os homens iguais. Mas o tagarela nada sabe, pouco lê, é generalista,
pergunta para o primeiro que encontra e aceita a verdade da maioria, não tendo
conhecimento que vá além da opinião pública.
Por isso, mesmo um poder que se diga democrático, quando
envolvido com a dinâmica do comando, pode esmagar a plebe. Daí a necessidade de
se estabelecer um sistema de pesos e contrapesos para que o poder controle o
poder. O que assegura a liberdade e a igualdade de direitos não é o extremista
dos democratas, mas uma cadeia de pequenos poderes de associações que se
entrechocam (família, religião, sindicato, organizações não governamentais e
muitos outros).
A pior coisa que existe é o governante que se diz capaz de
construir uma sociedade perfeita. Não é da esfera do governo a transformação
moral da sociedade, embora o problema do homem seja essencialmente moral. A
indispensável mudança do mundo não é possível através de uma teoria de
gabinete, nem é tarefa de político. Tampouco a revolução é o melhor meio de
resolução de problemas. A mudança, pontual, gradual, visando casos específicos,
pode alcança melhor resultado.
Muitas teorias políticas não passam de delírio da razão. Com
efeito, não passa de mito a participação direta na democracia e no orçamento
participativo. A realidade é que a natureza humana não permite que se alcance,
aqui na Terra, as utopias decantadas. Logo, a propagação de que os seres
humanos são iguais é uma mentira. Todos são diferentes; alguns são melhores em
aptidões, inteligências e carismas. É preciso reconhecer essas desigualdades e
lutar por justiça social, sabendo que a igualdade absoluta não é deste mundo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário