terça-feira, 5 de maio de 2015

Mais da metade da população reduz compras



As consequências diretas do cenário econômico atual são a restrição ao consumo e a redução das compras parceladas. E isso já é realidade para mais da metade dos consumidores consultados, uma vez que entre os principais desdobramentos da piora do cenário econômico atual, está a diminuição de compras parceladas para 53% dos brasileiros.
O levantamento é da pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pelo portal Meu Bolso Feliz, divulgada, ontem, sobre a percepção e expectativas dos consumidores em relação à situação atual da economia e sobre os impactos no consumo e tomada de crédito. Conforme revela a pesquisa, para quase a metade dos brasileiros, 2015 deve ser um ano difícil no cenário econômico. Para 47%, a previsão é de uma situação pior em comparação com o ano passado, principalmente, entre as classes A e B e pessoas com maior escolaridade. 
“Pé no freio”
De acordo com a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, essa impressão generalizada de que a economia está piorando é apenas reflexo da realidade. “A inflação cada vez mais alta, aliada às taxas de juros elevadas, faz com que os consumidores pisem no freio na hora de consumir”, diz. “Fazer transações com o valor dividido mantém a dívida e o comprometimento da renda por meses. O melhor jeito encontrado pelos consumidores para evitar isso é a diminuição nas compras a prazo”, explica Kawauti.
Outra consequência da situação econômica é a restrição ao consumo. Segundo a pesquisa, 56% dos consumidores afirmam que deixarão de consumir produtos e serviços que não precisam a fim de economizar. “O principal corte na hora de rever o orçamento são os gastos supérfluos - e muitas vezes os valores desses produtos ajudam a ter uma forte economia no orçamento”, reforça Marcela. “O momento econômico pede cautela e vale se prevenir contra imprevistos, como o temido desemprego, diminuindo o consumo para economizar e iniciando uma reserva financeira”, indica a economista.
Esse comportamento já é uma realidade para a técnica de enfermagem Luzia Alves. Ela informou que, nos últimos dois meses, vem acompanhando a tendência de alta nos preços e, no momento das compras do mês, opta por levar para casa apenas o essencial. “Aqui em Fortaleza tudo está subindo. E, para controlar os gastos, pesquiso bastante em supermercados antes de sair comprando. Levo só o necessário”, diz. Até a forma de pagamento mudou. “Antes, comprava mais e com cartão de crédito. Hoje, prefiro as compras à vista, e estou mais frequente em atacarejos, pois lá os preços são um pouco melhores”, completa Luzia. 
Crédito restrito
De acordo com os dados levantados, um terço (34%) avalia de forma negativa o acesso ao crédito. Praticamente quatro em cada dez (37%) consumidores dizem sentir dificuldades em usufruir de alguma forma de pagamento - sobretudo no caso do cheque pré-datado. Foi investigado na pesquisa que quando essa dificuldade aparece, 37% dos entrevistados desistem da compra e 30% fazem o pagamento à vista. A maioria dos consumidores (66%) revela já ter recebido ofertas para pagar compras à vista em dinheiro.
“Com o acesso ao crédito mais difícil, a perda de vendas dos lojistas pode chegar a 45% das compras, entre aqueles que encontram dificuldades no uso de cartão de crédito, crediário, cheque pré-datado ou na obtenção de financiamento. Isso porque muitos consumidores deixam de lado alguns produtos que a princípio tinham intenção de comprar”, analisa a especialista do SPC Brasil.
Fonte: O Estado

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