terça-feira, 5 de maio de 2015

Pesquisa confirma queda da popularidade da TV


O estudo Digital Video and the Connected Consumer, realizado pela Accenture, revela: a influência da televisão nos moldes tradicionais de entretenimento pode estar chegando ao fim. A televisão foi a única categoria de produto a ter o seu uso constante reduzido, na casa de dois dígitos, por diferentes tipos de mídias em todo o mundo, para telespectadores de quase todas as idades. A tela da TV está sendo rapidamente substituída na medida em que os consumidores se voltam para uma combinação de laptops, desktops, tablets e smartphones para visualizar conteúdos de vídeo.

O relatório, desenvolvido para empresas de comunicação, mídia e tecnologia, aponta que o consumo de vídeo - em qualquer momento e em qualquer lugar - tornou-se dominante, acelerando assim o declínio da visualização da TV tradicional. A audiência em relação aos conteúdos de vídeo de longa duração, tais como filmes e televisão em uma tela de TV, recuou em 13% globalmente, ao longo do último ano, e em 9% no Brasil; 48% dos brasileiros gostariam de acessar diferentes tipos de conteúdo através da televisão. A audiência de esportes nas telas de TV também diminuiu cerca de 10% em todo o mundo. O Brasil aparece como um dos mercados que sofreu menor impacto com apenas 1%, já a Itália e a Indonésia aparecem com as médias mais elevadas, 28% respectivamente.
Quase todas as faixas etárias apresentaram uma redução na casa de dois dígitos na audiência da TV em termos mundiais, sendo que os jovens de 14 a 17 anos estão abandonando a tela da TV a uma taxa de 33% para filmes e programas de televisão, e 26% para os eventos esportivos. Esse declínio continua na faixa de 18 a 34 anos, a uma taxa de 14% para filmes e programas de televisão, e 12% para eventos esportivos, e na faixa etária entre 35 a 54 anos, a redução foi de 11 e 9%, respectivamente. Para os telespectadores de 55 anos e o público mais velho, contudo, a redução foi mais baixa, de 6% e 1% respectivamente.
"Estamos presenciando uma movimentação definitiva, o distanciamento da visualização da TV tradicional", afirma Gavin Maan, líder mundial da indústria de transmissão da Accenture. "Os programas de TV e filmes representam a principal programação de aparelhos móveis de todas as formas e tamanhos, graças ao aperfeiçoamento do streaming e à maior duração da bateria. A experiência de visualização em uma segunda tela constitui o meio onde os criadores de conteúdo, transmissores e programadores terão êxito ou fracassarão".

Conectividade e qualidade

O relatório aponta que mais de um terço (37%) dos consumidores possuem uma combinação de smartphones, laptops/desktops, e tablets. Entre aqueles que planejam comprar uma TV, 61% têm expectativas de comprar uma TV conectada, e 25% planejam comprar uma TV 4K, um aumento de 7% em relação ao último ano. Esses compradores utilizam tais aparelhos para acessar todos os tipos de conteúdo diariamente.
Na medida em que os consumidores passam a assistir mais conteúdos online, a qualidade do serviço torna-se uma preocupação crescente. De acordo com a análise da pesquisa, 89% dos consumidores assistem a vídeos de longa duração em aparelhos conectados, mas muitos relatam problemas em suas experiências de visualização.
A principal reclamação de mais da metade (51%) dos entrevistados que assistem a vídeos online é a baixa qualidade da internet. As queixas são relacionadas às demasiadas inserções de publicidade (42%); atrasos no carregamento da mídia, ou seja, o tempo que leva para o vídeo iniciar a reprodução, (33%); e a perda de som ou distorções durante a reprodução (32%). Contudo, o cenário apresenta oportunidades; os entrevistados disseram estar dispostos a pagar por serviços de vídeo online se estes incluíssem uma maior variedade de conteúdos, menos publicidade, e uma melhor qualidade de vídeo.
A pesquisa também constatou que as emissoras tradicionais detêm uma forte vantagem sobre os novos ingressantes do mercado, já que os entrevistados mostraram preferência pelas redes de transmissão, provedores de satélite e TV a cabo dominantes, em relação aos novos provedores de internet. Quando os consumidores foram questionados se os canais de TV por assinatura ou os serviços de vídeo sob demanda, de marcas como Apple, Netflix e Google eram ofertas atrativas, tais opções foram assinaladas num grau significativamente mais baixo do que as empresas de radiodifusão tradicionais.
"Independente de suas marcas, os novos operadores, terão de provar a qualidade de seus serviços aos consumidores para conquistar uma fatia importante do mercado", ressalta Mann. "Os consumidores preferem as marcas conceituadas, e as emissoras precisam capitalizar sobre isso enquanto é tempo, por meio de investimentos agressivos em plataformas de dispositivos múltiplos, assegurando parcerias que alavanquem suas marcas no ambiente digital".

Multiplataformas 

A visualização está acontecendo ao mesmo tempo através de múltiplas plataformas, com 87% dos consumidores utilizando mais de um dispositivo simultaneamente. Globalmente, o smartphone é o aparelho que mais frequentemente acompanha os usuários, pontuando 57% em termos gerais. A preferência do brasileiro segue a média global; 20% utilizam simultaneamente, TV e tablete, 59% TV e computador ou laptop e TV e 57% smartphone. Essa tendência é particularmente forte para a geração dos anos 90, com 74% da faixa etária de 14 a 17 anos utilizando uma combinação de TV's/smartphones para a visualização.
"Entender os consumidores, e assegurar que a tomada de decisão esteja centrada em suas percepções e necessidades será cada vez mais um fator decisivo para o sucesso", acrescenta Mann. "Este foco incansável terá um impacto sobre todos os elementos do negócio de uma emissora, desde a tomada de decisão de conteúdos até as vantagens da implementação de modelos de funcionamento convergentes, de forma a explorar a vantagem destes dados. Os futuros líderes das mídias e entretenimento serão aqueles que ouvem de fato, o público e que possam adequar os seus conteúdos e serviços a esta nova realidade".

Metodologia

A pesquisa online foi realizada em outubro e novembro de 2014, com 24 mil consumidores de 24 países: Austrália, Brasil, Canadá, China, República Tcheca, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Holanda, Polônia, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Coreia do Sul, Espanha, Suécia, Turquia, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido, e Estados Unidos.
O tamanho da amostra em cada país foi representativo à sua população online, com entrevistados entre 14 e 55 anos, ou mais. A pesquisa ouviu os entrevistados acerca do uso, atitudes e expectativas relacionadas à propriedade do dispositivo digital, consumo de conteúdo, restrições de banda larga, a confiança no uso dos meios digitais, e a Internet das Coisas ("Internet of Things" - IoT).
Fonte: Administradores.com

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