quinta-feira, 16 de abril de 2015

Aumento de 22% na energia põe em risco empregos no CE

O novo aumento das tarifas de energia elétrica no Ceará em um percentual médio de 11,69%, chegando a até 22,74% para as indústrias, atinge valores fora da realidade e representa um risco para os empregos e a economia cearense. A avaliação é do deputado federal Chico Lopes (PCdoB-CE), vice-presidente da Comissão de Defesa do Consumidor (CDC) da Câmara Federal, que há tempos defende uma energia a preços justos e uma atuação mais atenta da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em prol dos consumidores, e não das distribuidoras de energia. Para o parlamentar, não há justificativa plausível para os novos aumentos, anunciados na terça-feira.

“A inflação, mesmo na projeção mais alta, ficou em 8% para o último ano. Como é que a energia elétrica tem sua tarifa elevada em uma média de mais de 11% e chega a quase 28% de aumento para as indústrias? É quase quatro vezes a inflação anual. Esses valores são fora da realidade do País e colocam em risco a economia do Ceará, assim como a geração de empregos no nosso Estado”, afirmou Lopes. Ele destacou que a Coelce já foi beneficiada, no último mês de fevereiro, por uma revisão tarifária extraordinária de 10,3%, o que, somando-se o novo aumento, representa um peso a mais para o bolso dos consumidores.

Ele ressaltou que, embora desta vez o aumento da energia para o consumidor residencial ter sido menor, o que é importante, esse consumidor também sente as consequências do aumento da energia para as indústrias. “As empresas, fatalmente, repassarão esse custo aos produtos, o que gera inflação, desaceleração do consumo e risco para a segurança do trabalhador e para a geração de novos empregos”, apontou Chico Lopes, que levou o tema à Comissão de Defesa do Consumidor, cobrando providências da Aneel “em defesa do lado mais fraco nessa história, que são os consumidores e até o setor produtivo, enquanto as distribuidoras são contempladas com aumentos e mais aumentos, ano após ano”.

Desequilíbrio

O parlamentar lembrou que existem alguns ajustes que precisam ser realizados, especialmente no que diz respeito às ações das agências que regulam o funcionamento de diversos setores. “As agências reguladoras, que são uma herança da era das privatizações, continuam como um grave problema a ser resolvido pela sociedade brasileira. Esse formato de agências reguladoras, deixado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso engessou a sociedade e o governo, que não tem autonomia para agir, cobrando melhores ações delas”, acrescentou o deputado.


E ressaltou que, no caso específico das contas de energia elétrica, é preciso haver um controle mais efetivo. “Se a Aneel fala em manter o equilíbrio econômico-financeiro, deveria olhar ao menos uma vez o lado do consumidor. Este sim fica em desequilíbrio, quando vê sua renda não aumentar, no mesmo compasso com que as contas de luz sofrem sucessivos aumentos. É preciso mudar o formato e a atuação dessas agências, para que haja mais possibilidade de regulação pelo Poder Público e de atuação das entidades de defesa do consumidor”, completou o deputado Chico Lopes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Você conhece o seu pior inimigo?

Não importa onde você esteja ou o que está fazendo, seu pior inimigo está sempre com você - seu ego. "Não é o meu caso", você p...