segunda-feira, 20 de abril de 2015

Especialista em recrutamento aponta desafios

De acordo com a Pesquisa de Expectativa de Emprego no Brasil para o segundo trimestre de 2015, divulgada pelo ManpowerGroup – que consultou 850 empregadores no País -, o clima para contratações não será favorável, pois a expectativa de emprego para o próximo trimestre é de -1%. A projeção é motivada pelo fato de o Brasil viver um momento de instabilidade econômica, assim como vários países do mundo.
Para Rafael Meneses, especialista em Executive Search - modalidade específica do processo de recrutamento e seleção, destinada à busca de profissionais que ocupam cargos de elevada importância dentro das organizações - diante de um cenário tão obscuro, os empresários acabam sendo muito mais moderados em seus investimentos. “Aqui, especificamente, vivemos, além de uma crise econômica, também uma crise moral e de confiança nas lideranças políticas, o que, de certa forma, afeta diretamente o campo dos investimentos e negócios”, atenuou. 
Efeitos
Além disso, “com a fragilização da nossa economia, o dólar aumenta e, com isso, muitos setores, são afetados com o consequente achatamento de suas margens de lucros”, destacou Meneses. “Por exemplo, se, por um lado, setores como o de agronegócio são beneficiados pela valorização da moeda americana, já que exporta bastante, por outro, há de se pensar que este mesmo setor também é altamente comprador de insumos estrangeiros para alimentar sua produção”, acrescenta o especialista.
Rafael aponta que, em um momento de crise, “dificilmente encontraremos um mar de rosas completo para algum setor da economia”. Segundo ele, com relação aos cortes de gastos do governo - como consequência da má gestão das verbas públicas que se arrasta há tanto tempo -, alguns setores também são diretamente impactados, como infraestrutura e farmacêutico, que têm o governo como um de seus principais compradores.
Todo este cenário desdobra-se para uma exigência cada vez maior no mercado de trabalho junto aos profissionais. Isso, conforme o especialista, surge “para que estes tenham um senso de urgência no resultados e apresentem um nível de eficiência operacional muito mais alto em suas funções nas empresas”, ressaltou.

Empregos
Ao referir-se ao mercado de trabalho, Meneses observou que uma economia que não cresce – ou, até mesmo, cresce em escalas menores – gera menos postos de trabalho. Não somente as empresas de capital nacional investem menos, como também o empresário estrangeiro deixa de apostar em projetos no País. “As empresas enxugam seus quadros, e o mercado de trabalho assume uma condição de maior oferta de bons profissionais do que a demanda. Isto acaba por exigir uma qualificação cada vez maior do profissional que ingressa neste mercado. Não estamos falando somente de competências técnicas ou capacidade de falar dois ou três idiomas, mas também da capacidade inovadora, gestão de pessoas, capacidade de negociação e visão estratégica de negócios”, explica o especialista.
O mercado executivo exige, ao extremo, dos profissionais a capacidade de construção de negócios através do relacionamento. Rafael afirma que o mercado busca cada vez mais executivos que inspirem os demais e que lidere em 360 graus. “Sem dúvida alguma, a competência de liderança hoje é uma das mais valorizadas, e isto se forma desde cedo”, reforçou. Outro ponto a ser considerado, segundo alerta Meneses, é o de que o jovem lê cada vez menos e num cenário de economia globalizada, “isto é um perigo tremendo”. “O jovem precisa ter a consciência de que atualmente entender só de um tipo de negócio ou mercado é muito pouco. É fundamental o conhecimento amplo de uma cadeira produtiva e, sobretudo, da forma como as empresas estão conectadas economicamente”, observou.
Por fim, ele defende que o profissional deve estar preocupado com o desenvolvimento contínuo de suas competências. “Antigamente, percebíamos, nos executivos, uma preocupação exclusiva com suas formações acadêmicas, pois entendiam que uma vez bem formados e falando um idioma estrangeiro seu espaço no mercado estaria garantido. Isso mudou. O mercado tornou-se cada vez mais exigente, fazendo com que todos nós tenhamos uma necessidade contínua de desenvolvermos nossas competências que não são ensinadas na academia, como, por exemplo, Inovação, Capacidade de influência, visão estratégica, planejamento ou gestão de pessoas”, finaliza Rafael Meneses.
Momento propício para a consultoria
Apesar do cenário econômico e institucional brasileiro desfavorável, Rafael, juntamente com a também especialista em Executive Search, Helena Magalhães – ambos com mais de dez anos de experiência na bagagem –, acreditam ter escolhido um bom momento para transformar seus ideais em uma consultoria. “É na crise que as empresas se tornam mais exigentes e temos a oportunidade de realmente nos diferenciar.” afirmou Helena, sendo complementada pelo sócio. “O mercado de Executive Search está em pleno amadurecimento em nosso País. Ainda há muito trabalho a ser feito”, comentou Rafael Meneses. Eles fundaram, ano passado, a People Oriented Consultoria, que atua de forma consultiva e analítica na seleção e atração de executivos para seus clientes.
Fonte: O Estado

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