segunda-feira, 20 de abril de 2015

Emprestar nome pode acabar em prejuízo

Estudo do SPC Brasil e Meu Bolso Feliz mostra que dos 54 milhões de inadimplentes de todo o País, cerca de 30% das pessoas ficaram com o nome sujo porque emprestaram o cartão de crédito, abriram crediário ou fizeram empréstimo para outra pessoa pagar. Por isso, e também porque o Brasil vive um tempo de incertezas e ajustes econômicos, o risco emprestar o nome para terceiros e ficar no prejuízo é ainda maior e deve ser evitado.

Os resultados da pesquisa indicam que, muitas vezes, quem empresta o nome acaba arcando com o prejuízo, tendo que pagar uma dívida que não é dele. E aponta os possíveis graves desdobramentos: inadimplência, restrição ou impedimento ao consumo e novos débitos adquiridos para pagar pelos que originaram a inadimplência, entre outras.

A economista chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, diz que a confiança das pessoas que emprestam é tanta que 61%, segundo o levantamento realizado em todas as capitais brasileiras, nem sabem o valor da dívida. Concorda que a atitude é como a de quem dá um tiro no escuro e acerta o próprio pé. “Tem outras formas de ajudar que não seja entregar o cartão de crédito, a senha do banco”, comenta, ressaltando que a hora é de atuar preventivamente e “não emprestar o nome nem para a própria mãe”.
Kawauti avalia que emprestar o nome para amigos ou conhecidos é uma atitude solidária, mas pode estragar planos importantes a médio e longo prazo, como comprar uma casa, um carro, investir na educação e saúde, etc. “O consumidor, portanto, deve refletir se está mesmo preparado para assumir esse compromisso, antevendo as consequências, caso o responsável pela dívida não consiga cumprir sua parte”.

O diretor de Marketing, Inovação e Sustentabilidade da Boa Vista SCPC, Fernando Cosenza, concorda. “Só existe uma dica: nunca emprestar o nome”, afirma, considerando que as pessoas podem e devem ajudar parentes e amigos, mas com o que puderem. Observa que é preciso levar em conta que o indivíduo pede porque já tem restrição e já está com dificuldades. “Não empreste o nome. Empreste o dinheiro se puder”.


A prática de emprestar o nome, sem que o favorecido cumpra a promessa de honrar o pagamento é apontada como a terceira maior causa da inclusão do Cadastro de Pessoa Física (CPF) nas listas negras, conforme pesquisas sobre inadimplência da Boa Vista Serviços e Serasa Experian, empresas gestoras de cadastro de proteção ao crédito.
Cocenza pondera que as outras causas citadas (desemprego e descontrole financeiro) são preponderantes. “Apesar das dificuldades, do aumento do desemprego, a inadimplência não disparou e as pessoas estão preocupadas em manter o nome limpo”, afirma.

NÚMEROS

54 milhões de inadimplentes no País. É o que o estudo revela

Resultado
Considerando apenas os ex-inadimplentes, quem paga pelo menos parte da conta é a pessoa que emprestou o nome (89%)
Para quitar esta dívida que foi feita por terceiros, os entrevistados disseram que precisam economizar e cortar gastos (67%) e usar pelo menos parte das reservas financeiras (37%)
O valor da dívida feita por terceiros é em média de R$ 2.168
93% dos entrevistados foram cobrados pelas empresas
76% dos entrevistados que não quitaram a dívida após a cobrança procuraram ou foram procurados pelo credor para fazer uma negociação da dívida

PERFIL DE QUEM EMPRESTA O NOME

A maioria é mulher (67%)
Idade de 18 a 34 anos (39%)
Pertencem às classes C/D/E.
Cartões de crédito e cartões de lojas são os meios de pagamento mais emprestados para terceiros que levaram à inadimplência.

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