A Caixa Econômica Federal elevou, novamente, as taxas de
juros de financiamento para imóveis residenciais, com a utilização de recursos
da caderneta de poupança, em 0,3 ponto percentual (p.p.). As novas taxas
passaram a ser aplicadas aos contratos de imóveis financiados desde a última
segunda-feira (13). De acordo com o pronunciamento oficial da Caixa, liberado
ontem, a instituição subiu suas taxas por causa da elevação da taxa básica de
juros, a Selic, do Banco Central (BC). A última vez que a Caixa havia elevado
os juros do crédito habitacional foi em janeiro, depois de um congelamento que
durou todo o ano passado.
O reajuste anunciado ontem foi de 0,3 p.p. para todas as
formas de relacionamento com o banco. Nos financiamentos feitos pelo Sistema
Financeiro Habitacional (SFH), a taxa balcão – para clientes sem relacionamento
com o banco –, subiu de 9,15% para 9,45% ao ano (a.a.). Para quem já tem
relacionamento com o banco (correntistas, por exemplo), os juros subiram de 9%
para 9,3% anuais. Aquelas pessoas que são clientes e recebem pelo banco vão
pagar taxa de 9% ao ano, ante 8,7% definida em janeiro. Trata-se da mesma taxa
que os servidores públicos que são correntistas da Caixa passam a pagar. Para
os servidores públicos que além de correntistas também recebem pela
instituição, a Caixa cobra juros de 8,8% nos financiamentos desde
segunda-feira, ante 8,5% que passou a cobrar no início deste ano.
De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria da
Construção Civil no Ceará (Sinduscon-CE), André Montenegro, esta nova elevação
na taxa de juros do financiamento imobiliário é muito prejudicial para o setor.
“Qualquer aumento de juros no mercado é ruim, especialmente para as
construtoras, que estão construindo novos imóveis e terão de repassar essa
elevação para os futuros compradores. Reflete-se negativamente, ainda, em
diversos outros setores, pois a construção civil é uma grande locomotiva, que
arrasta diversas empresas. Os juros do Brasil são dos mais altos do mundo e
essa elevação, mais uma vez, penaliza o setor produtivo, daqueles que trabalham
pelo desenvolvimento do Brasil. Vamos avaliar melhor este percentual, para ver
o que pode ser feito”, explicou Montenegro.
Contratações
Segundo a Caixa, as taxas dos financiamentos contratados com
recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que incluem os do
programa “Minha Casa, Minha Vida”, não sofrerão reajuste. A Caixa detém quase
70% do crédito imobiliário no País e a mudança na taxa de juros praticada pela
instituição tem impacto nos juros dos demais bancos e no ritmo de atividade da
construção civil.
A instituição financeira também reduziu o percentual máximo
de financiamento da casa própria, que caiu de 90% para 80%. Isso significa que
antes a Caixa financiava até 90% do menor valor entre a avaliação e a compra e
venda. Agora, o percentual passou para 80%. Além disso, para contratações pelo
sistema de amortização Tabela Price, a cota máxima de financiamento foi
reduzida de 70% para 50% nas operações do SFH – que financia imóveis de até R$
750 mil em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal, sendo
que nos demais estados, o teto é R$ 650 mil. Essas novas condições de
financiamento também passaram a valer para as operações realizadas a partir do
último dia 13.
O Estado
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