terça-feira, 21 de abril de 2015

Intenção de consumo chega ao pior nível neste mês de abril

Pelo terceiro mês consecutivo, a intenção de consumo das famílias apresentou redução e atingiu, novamente, o menor nível da série histórica iniciada em janeiro de 2010. O índice registrou quedas de 6,9%, na comparação com o mês passado, e de 17,8%, em relação a abril de 2014. Neste mês, todos os sete indicadores analisados apresentaram os menores valores de suas séries, sendo que a maior contribuição negativa continua sendo registrado pelo quesito Momento para Duráveis, que registrou queda de 14,3% nas intensões de compra dos consumidores, no período.
As informações, divulgadas, ontem, são da pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) – indicador da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A entidade atribui o resultado de abril à inflação, que reflete as principais onerações no orçamento das famílias, cujo patamar registrado foi de 1,32% em março. Com esse resultado, o IPCA – índice que mede a inflação oficial do País –, acumula alta de 8,13% em 12 meses, sendo a taxa acumulada mais alta desde os 12 meses encerrados em dezembro de 2003, quando o índice subiu 9,3%. No acumulado do primeiro trimestre de 2015, a alta de 3,83% é a mais elevada para esse período desde 2003, quando foi de 5,13%.
Os destaques de abril foram as dificuldades na safra, aumento do dólar e a pressão de custos com energia elétrica. Segundo a CNC, esses fatores contribuíram para o peso de 1,17% no grupo de alimentação e bebidas em março. Os alimentos foram responsáveis por 0,29 ponto porcentual da alta do mês.

Comportamento
Acompanhando o resultado registrado no mês passado, o Momento para Duráveis - uma das sete variáveis que compõem o ICF – apresentou a maior variação negativa, de 32,5%, em 12 meses, sendo esse o menor nível anual registrado de toda a série histórica. O levantamento destaca que os juros ao consumidor para as operações de crédito, em janeiro, estavam em 54,32% ao ano na divulgação. “A taxa do mês anterior foi de 52,62%, o que mostra que os juros continuam em aceleração. A maior parte das famílias (56,1%) considera o momento atual desfavorável para a aquisição de bens duráveis”, destacou a CNC, em nota.
Na ordem dos componentes de maior impacto negativo, aparece Perspectiva de Consumo com o segundo pior resultado. Enquanto que, em abril, houve queda de 9% em relação a março (9,3%), na comparação anual o índice encolheu 28,1% e atingiu o menor valor da série histórica, com 95,3 pontos – contra os 104,7 pontos registrados em março. Na base de comparação mensal, as famílias com renda de até dez salários mínimos mostraram queda de 8%, e aquelas com renda acima de dez salários, queda de 14,5%. As regiões Nordeste (127,6 pontos) e Norte (131,4 pontos) lideram o ranking regional de otimismo em relação ao consumo.
Outro componente que merece atenção é o Nível de Consumo Atual, que apresentou quedas de 8% em relação ao mês anterior e de 19,1% comparativamente a igual período do ano passado. A maior parte das famílias declarou estar com o nível de consumo menor que o do ano passado (43,3%), revelando uma elevação de 4,2% em relação ao mês anterior. O índice está em 79,5 pontos – abaixo do nível de indiferença e no menor nível da série histórica. O elevado custo do crédito e o alto nível de endividamento seguem como motivadores do desaquecimento na intenção de compras a prazo. O componente Acesso ao Crédito registrou novamente quedas mensais e anuais, de 5,3% e 16,8%, respectivamente, atingindo o menor nível da série, com 107,6 pontos.
Fonte: O Estado

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Você conhece o seu pior inimigo?

Não importa onde você esteja ou o que está fazendo, seu pior inimigo está sempre com você - seu ego. "Não é o meu caso", você p...