Um estudo realizado pela Gesto Saúde e Tecnologia (GST),
empresa nacional que atua no desenvolvimento de soluções de gestão de saúde
corporativa, apontou que o dia da semana em que os colaboradores mais
apresentam atestados de saúde é a segunda-feira. Segundo os dados, entre os
meses de janeiro e dezembro de 2014 foram apresentados mais de 33.227
atestados, onde 7.290 deles foram apresentados para o primeiro e mais
preguiçoso dia útil da semana, a segunda-feira.
Segundo Francine Leite, Gerente de Inteligência em Saúde da
GST, a segunda-feira é o dia que mais recebe atestados por dois motivos: O
primeiro é a maior proporção de atestados com CID “S” (traumatismos), que
geralmente estão relacionados com atividades de lazer, comuns no final de
semana, como é o caso daquele joelho estourado na “peladinha” do domingo, por
exemplo. O segundo motivo é o CID não identificado, que pode, segundo a
especialista, ser um indício de fraude utilizada para prolongar o período de descanso.
Fraudes
As fraudes, no entanto, dificilmente são descobertas pelas
organizações. Os motivos são vários, como, por exemplo, a falta de
acompanhamento do atestado pela empresa e a falta de um sistema que armazene e
faça a associação dessas informações. Isso sem falar no preenchimento
inadequado do CID, o Cadastro Internacional de Doenças.
"É importante lembrar que o que ainda dificulta essa
identificação de fraude é que não necessariamente todo atestado sem
identificação do CID seja fraude, mas sim uma cultura do médico de não
preencher essa informação.", esclarece Leite.
Porém, mesmo com essas dificuldades algumas empresas
escolhem averiguar as situações e identificar as possíveis fraudes. Em caso de
suspeita, a Gerente de Inteligência em Saúde da GST orienta que "a empresa
deve averiguar diretamente com o emissor do atestado (médico, clínica,
hospital), que deverá prestar os esclarecimentos. Caso seja comprovada a
emissão falsa de atestado, isso pode implicar em demissão por justa causa do empregado,
prevista no artigo 482, da CLT, pois foi quebrada a fidúcia, boa-fé e a
lealdade.".
Produtividade X Ausência
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E quando não há irregulariedade mas o colaborador apresenta
muito atestado médico, provocando um desequilíbrio no trabalho geral,
interferindo na produtividade de outros membros, a empresa pode fazer algo para
evitar esse transtorno?
"Quando o colaborador apresenta muitos atestados, de
forma alternada e intervalada, pela mesma doença, a empresa deve encaminhá-lo à
Previdência Social, a fim de se submeter à perícia médica – na forma do § 4º do
art. 60 da lei 8.213/91 – e requerer o afastamento para tratamento e
consequente benefício previdenciário, que será devido apenas após o 30º dia
desse afastamento consecutivo.", orienta Francine.
Porém, a especialista acredita que as empresas podem evitar
que esse afastamento aconteça tomando algumas atitudes, a fim de evitar
problemas como o desligamento do funcionário e a seleção e contratação de outro
membro. Uma dessas atitudes é a elaboração de uma gestão de atestados e de um
apoio médico de qualidade ofertado aos membros da empresa.
"Antes de encaminhá-lo à previdência, a área de saúde
ocupacional da empresa pode agendar uma consulta com esse colaborador para
entender o que está acontecendo e orientá-lo em relação à melhor assistência
médica que ele pode ter, seja dentro da empresa ou no plano de saúde, fazendo
assim também uma melhor gestão da saúde de seus colaboradores.", finaliza
Francine Leite.
Fonte: Administrador.com
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